quinta-feira, 8 de agosto de 2013

As portas de Portalegre

No passado existiam 7 portas na muralha da cidade de Portalegre...



Mapa do trajeto: http://goo.gl/maps/prAUB

1- Porta de Elvas


Placa toponímica:  Rua de Elvas
Localização: Rua que faz ligação da Rua 1º de Maio à Rua do Comércio.

Já não existe esta porta, nem a sua construção deixou qualquer vestígio.
Com as obras de alargamento da Rua de Elvas, desapareceram os últimos vestígios desta porta, que estava orientada para a cidade fronteiriça. 




2 - Porta de Évora

Placa toponímica: Rua do Arco de Évora
Localização: Rua que faz a ligação da Praça do Município à Rua 1º de Maio.

Já não existe esta porta, nem a sua construção deixou qualquer vestígio. Seria a saída do Largo da Sé, pela Rua do Arco, para a estrada hoje com a designação de 1.º de Maio.
A atribuição do nome de Porta de Évora deve ter sido influenciada pela proximidade da cidade de Évora, capital do Alto Alentejo, que Portalegre quis homenagear.




3 - Porta do Crato

Placa toponímica: Porta do Crato séc. XIII.
Localização: Liga o Largo do Paço à Rua 1ª de Maio

Conhecida actualmente por “arco do bispo”, é uma construção do século XIII, sendo designada por “ Porta do Crato”.
Este nome advém-lhe, certamente, do facto de se encontrar em frente da vila do Crato, povoado de grande prestígio daquela época. Daqui se avista um deslumbrante panorama. Defronte, num pequeno edifício onde funciona a Câmara Eclesiástica, vê-se o brasão do bispo D. Frei Manuel Coutinho da silva. A seguir, no largo Cristovão Falcão, o célebre poeta Crisfal que nesta cidade nasceu, fica o magnífico Palácio Amarelo, edifício do séc. XVIII que sofreu várias modificações nos dois séculos seguintes. Foi solar dos Rombos de Sousa Tavares e, depois, dos viscondes de Abrançalha. Tem doze janelas com grades de ferro, elegante e ricamente trabalhadas.





4 - Porta Falsa

A placa toponímica afixada na fachada do Palácio Amarelo, na Rua da Figueira, esclarece-nos que esta artéria, no séc. XIII, tinha a designação de “Poterna”, o que significa que existiu uma “galeria subterrânea ou porta falsa, para sai secretamente da praça fortificada”. Esta passagem presentemente está fechada, não sabemos desde quando, Vide anotações à Rua da Figueira). Não teria havido confusão em classificar ou atribuir à Porta Falsa?
Fica a incógnita.

O Presente
O antigamente, foto da CMP


5 - Porta da Devesa

Placa toponímica: Porta de Devesa - séc. XIII.
Localização: Final da Rua Luís de Camões e início da Rua 5 de Outubro.

Esta porta é uma das insígnias da cidade. O seu nome tem origem no facto de separar a povoação propriamente dita do campo fértil que nesse tempo se lhe seguia, ou ainda por ser o terminus dessa mesma povoação.
Ainda hoje, quem bem olhar, desfruta dali um dos mais belos panoramas que a nossa cidade nos oferece, sendo o encanto de muitos amantes da fotografia.
Podemos admitir que esta porta também fosse conhecida por Porta do Espírito Santo por se avista dali a igreja e o largo com este nome. Esta porta tinha duas torres emparelhadas (antigas armas da vila e depois cidade de Portalegre), tal como se vêem reproduzidas na frontaria do Paços do Concelho 





6 - Porta do Postigo 

Pelo Eng.º Fernando Alberto de Sodré da Costa Freire, foi apresentada na reunião camarária de 1 de Fevereiro de 1934 uma proposta para alargamento da Rua do Carmo, considerando não só a estética citadina, como a maior facilidade do trânsito. Esta obra, cujo projecto oferecido pelo proponente, viria a debelar a cise de trabalho que avassalava a classe operária, com ela pretendendo a vereação mostrar aos vindouros não estar interessada em destruir, mas sim construir e conservar.
Da proposta constava que para as obras se fizessem as necessárias diligências junto dos proprietários que cederiam os terrenos, a título gratuito, e que o eixo da porta fosse deslocado o necessário para o seu encastramento na muralha ainda existente no Largo dos Combatentes da Grande Guerra, nele se colocando uma lápide com os seguintes dizeres:

“ No primeiro dia do mês de Fevereiro do ano de mil novecentos e trinta e quatro (MCMXXXIV) por proposta do seu Presidente Engenheiro Fernando Alberto de Sodré da Costa Freire, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Portalegre e para efeitos de alargamento da Rua do Carmo, resolveu  desloca o eixo desta Porta e encastrá-lo na antiga muralha, a fim de mostrar aos vindouros o culto que as gerações de então tinham pelo passado. O eixo da Porta foi deslocado de doze metros para Sul. 







7 - Porta de Alegrete

Placa toponímica: Porta de Alegrete. Séc.XIII.
Localização: Fica no arrabalde de São Francisco e do Corro-hoje Praça da República.

Presentemente, é conhecida por Arco de Santo António, dada a existência ali de um nicho com a imagem daquele santo, padroeiro da cidade de Portalegre, ou ainda por Porta de São Francisco.
Devia ser a porta de maior movimento da cidade, uma vez que era o elo de ligação entre a sua parte mais importante e os lugares de lazer, os mercados e os acessos às Freguesias rurais mais populosas.
Passando pelo arco de Santo António, a Porta de Alegrete, encontrar-nos-emos na Praça da Republica, vasto recinto noutros tempos chamado “Corro”, possivelmente por ser destinado aos folguedos nos quais se quebravam lanças em torneios e se jogavam canas em alcanzias. Neste desafogo recinto, merece atenção um interessante trabalho de alvenaria existente no cunhal de um prédio que dá para a Rua Garrett. Mais adiante, estaremos em presença dos notáveis edifícios do Governo Civil e do Antigo Liceu. O primeiro, do séc. XVIII, pertenceu ao conde Avillez, herói da Guerra Peninsular; o segundo, também do séc. XVIII, foi propriedade de Diogo da Fonseca, celebrado Morgado da Lameira.